Em 2016, a Assembleia Geral das ONU adotou uma resolução proclamando 2019 como o Ano Internacional das Línguas Indígenas, com base em uma recomendação do Fórum Permanente sobre Questões Indígenas.

          Na época, o Fórum afirmou que, das 6.700 línguas que se estima que são faladas em todo o mundo, 40% corriam o risco de desaparecer. O fato de a maioria dessas línguas serem indígenas coloca em risco as culturas e os sistemas de conhecimento aos quais eles pertencem.

No ano passado, em 9 de agosto (Dia Internacional dos Povos Indígenas) a UNESCO lançou um site dedicado ao AILI (na sigla inglesa: IYIL – International Year of Indigenous Languages). Segundo a UNESCO, a celebração deste Ano Internacional não visa apenas beneficiar as pessoas que falam essas línguas, “mas também para que outros apreciem a importante contribuição que fazem à diversidade cultural do nosso mundo”.

A KAMURI, que desenvolve há 10 anos o Projeto Web Indígena (inclusão digital pró-ativa de línguas locais na web) e há 6 anos atua no Programa de Revitalização das Línguas Indígenas do Estado de São Paulo (em parceria com o Grupo de Pesquisa InDIOMAS e com a FUNAI), é parceira reconhecida das ações da UNESCO no Ano Internacional das Línguas Indígenas. Muitas iniciativas e ações serão desenvolvidas pela ONG neste ano, relacionadas à celebração do AILI (IYIL). Entre elas, destacamos:

– lançamento de 2 livros da língua Nhandewa/Tupi-Guarani, produzidas por professores e anciãos das respectivas comunidades, sob a consultoria da Kamuri e do Grupo de Pesquisa InDIOMAS.

– lançamento de um Dicionário Escolar do Kaingang Paulista, produzido por uma equipe de linguistas e de membros da ONG, com professores indígenas e com os últimos falantes do dialeto.

– lançamento de 2 livros de interesse dos Krenak: a tradução de um trabalho de Curt Nimuendajú, e a reunião de três vocabulários do séc. XIX, atualizados para a ortografia corrente da língua Krenak.

– realização de um Seminário de troca de experiências e avaliação de 15 projetos de revitalização de línguas indígenas no Brasil (em parceria com a FUNAI).

– realização do XI Encontro sobre Leitura e Escrita em Sociedades Indígenas (ELESI), centrado na temática do ensino bilíngue em escolas indígenas.

– publicação de uma obra intitulada: Revitalização de línguas indígenas. O que é. Como se faz.

– divulgação intensa e permanente de informações sobre línguas e povos indígenas nas redes sociais ao longo de todo o ano. Acesse: Facebook || Instagram || YouTube.

 

Para saber mais sobre a situação de perigo das línguas indígenas no Brasil, acesse:

Línguas indígenas no Brasil: urgência de ações para que sobrevivam (Wilmar D’Angelis)

Brasil pode perder 30% de suas línguas indígenas nos próximos 15 anos (Agência Brasil)

Pela sobrevivência das línguas indígenas (Revista Pesquisa FAPESP)

 

Saiba mais sobre os povos indígenas, suas línguas e seus direitos, acessando os documentos abaixo:

Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas (2007)

Documento Final da Conferência Mundial sobre os Povos Indígenas (2014)

Declaração Universal dos Direitos Linguísticos (1996)

 

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