O indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, assassinados no Vale do Javari, foram homenageados pelo rabino Uri Lam, na cerimônia do Shabat, no último dia 17 de junho, com dois cantos: o Kadish, que na tradição judaica santifica a vida dos que faleceram, e a música Kanamari, cantada na floresta por Bruno Pereira em 2019.
Em sua mensagem o rabino (da Congregação Israelita Beth-El de São Paulo) cita a passagem bíblica de Deuteronômio, capítulo 20 versículo 19, em que Moisés pede aos filhos de Israel que ao sitiarem cidades não destruam as florestas, pois as árvores devem proporcionar alimento aos seres humanos, e não serem derrubadas a golpes de machado.
A canção Kanamari, segundo o amigo de Bruno, Aldair Kanamari, é a história de uma mãe arara chamando seus filhotes na porta do ninho para lhes dar comida no bico. A canção é uma das muitas compostas pelos próprios indígenas para o ritual da ayahuasca, um chá medicinal a que o povo Kanamari atribui fortes raízes mitológicas, mantidas como tradição secular. 
A homenagem do rabino foi comentada pela esposa de Bruno, Beatriz Matos: “a beleza disto é indescritível”. 

Na imagem de capa membro da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) segura a imagem do jornalista britânico desaparecido Dom Phillips e do especialista brasileiro em assuntos indígenas Bruno Pereira durante um protesto convocado por ativistas do grupo de protesto – Foto: Kenzo Tribouillard / AFP

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