Há exatos 18 anos, no dia 12 de fevereiro de 2005, um crime extremamente covarde abalava o país. Uma mulher pequena e idosa caminhava sozinha, com uma bíblia debaixo do braço, por uma estrada rural quando se deparou com dois homens armados, que dispararam contra ela seis tiros à queima roupa.

Irmã Dorothy Stang, nascida no estado de Ohio, nos Estados Unidos, morreu aos 73 anos de idade, dentro da gleba de terra que ajudou a criar, e a que deu o nome de Esperança, no município paraense de Anapu. Sua morte foi encomendada por fazendeiros que ambicionavam as áreas em que agricultores sem terra deveriam ser assentados. 

Missionária da Congregação de Nossa Senhora de Namur, Irmã Dorothy chegou ao Brasil em 1966 para atuar em Coroatá, estado do Maranhão. Nos anos 1970 ela foi transferida para a região amazônica, onde se dedicou à preservação das florestas e aos direitos dos camponeses.   

No modelo de ocupação defendido por ela, as terras públicas deveriam ser destinadas à reforma agrária, mas o entorno deveria ser preservado, por isso cada gleba de assentamento chamava-se PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável). 

Cinco dos acusados pelo crime foram condenados pela Justiça, mas a violência na região permanece até os dias de hoje: 22 trabalhadores rurais foram assassinados desde a morte de Irmã Dorothy.   

Que sua morte não tenha sido em vão, e que sua alma generosa seja sempre lembrada!

#

Nenhum comentário ainda

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *