A Campanha da Fraternidade deste ano é um chamado à ação contra a fome no país e no mundo. A citação de Mateus, “dai-lhes vós mesmos de comer”, é um lembrete de que a fome não espera, não há tempo a perder. Para os povos indígenas, despojados de suas terras e de seus meios de sobrevivência, tem faltado não apenas o alimento do corpo, mas também o da alma, daí a sua luta pela demarcação de territórios e pelo respeito a seus modos de vida.

Iniciado no segundo semestre de 2020, em plena pandemia do coronavírus, o Projeto Djaryi se propôs a resgatar a agricultura tradicional dos Nhandewa-Guarani e dos  Kaingangues do estado de São Paulo, através das sementes nativas antigas, promovendo ao mesmo tempo a autonomia alimentar e a expressão cultural destas duas etnias.  

Criado pela Kamuri, o projeto ganhou o nome de Djaryi  por significar “avó”, no idioma do povo guarani, o que foi uma maneira de valorizar e homenagear os conhecimentos agrícolas tradicionais e o papel central das mulheres na agricultura indígena, sobretudo das mulheres idosas, guardiãs dos conhecimentos dos povos originários.

O apoio à agricultura tradicional, com o uso de sementes tradicionais, fortalece a autonomia das comunidades e reforça as práticas de sustentabilidade, pois podem se multiplicar, são cultivadas sem emprego de agrotóxicos, dispensam o emprego de maquinários à base de combustíveis fósseis, contribuindo assim com a solução dos problemas ligados às mudanças climáticas.

Não se sabe há quantos séculos o milho foi introduzido nas culturas Guarani e Kaingang, mas ele é mencionado nas narrativas míticas de ambas as etnias, sendo que para os Guaranis o milho branco é considerado uma das suas plantas sagradas. Já os Kaingangues possuem um mito sacrificial para explicar a origem da sua agricultura, sendo o milho o principal alimento.

Os processos históricos vividos por esses povos, particularmente no Estado de São Paulo, com a tomada quase que total de seus territórios tradicionais e a integração forçada, levou à perda de muitos elementos de seu patrimônio cultural, incluindo as sementes tradicionais.   

O Projeto Djaryi foi construído para reverter este cenário, com a reintrodução das sementes tradicionais de milho a partir de sementes obtidas junto a comunidades das mesmas etnias, de outras partes do país. As ações do projeto, nos últimos anos, incluíram a obtenção e a distribuição de sementes tradicionais de milho branco, vermelho e amarelo, sementes de arroz, amendoim e batata-doce roxa e o auxílio ao seu plantio.

SE PUDER, DOE PARA O PROJETO DJARYI E AJUDE A PROMOVER A AUTONOMIA ALIMENTAR E CULTURAL DOS POVOS ORIGINÁRIOS!

CNPJ: 08.078.187/0001-58
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1 comentário

  1. Muito legal pessoal do Kamuri! Super importante esse trabalho com sementes criolas! Força! Sucesso! Vida nova! Ressurreição é o que esse projeto apnta, nessa Páscoa! Ressurreição de vida vegetal! Ressurreição de cultura humana!

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